Por definição, uma molécula é considerada aromática se
apresentar na sua constituição pelo menos um derivado do benzeno, ou seja, uma
estrutura cíclica com 6 vértices (todos carbonos!), e 3 ligações duplas (na
realidade, conforme já referi noutros posts, não são 5 ligações duplas, mas sim
6 ligações parcialmente duplas, com ordem de ligação de 1,5). Portanto, sempre
que, numa molécula, existir pelo menos uma estrutura destas, a molécula é
considerada aromática.
Provavelmente alguns de vocês poderão estar a questionar-se
o porquê de se utilizar o conceito de “aromático”. Na realidade, a maior parte
das substâncias que nós sabemos que têm aroma (por exemplo, a canela ou o
cravinho-da-índia), devem o seu aroma exatamente à presença de moléculas com
anéis aromáticos, neste caso em concreto ao cinamaldeído e ao eugenol,
respetivamente. É a deslocalização eletrónica dos anéis derivados do benzeno
que confere aroma a essas (e a tantas outras!) moléculas, e, portanto, a
definição química de aromático está claramente relacionada com a definição “fisiológica”
de aromático.
Mas voltemos aos aminoácidos… Há 3 que apresentam um
derivado de anel benzénico na sua cadeia lateral, sendo, por isso, designados
de aminoácidos aromáticos:
Fenilalanina – o
próprio nome já explica a composição deste aminoácido. Num post anterior falei
sobre os aminoácidos com cadeias laterais apolares alifáticas, entre os quais
estava a alanina (este post).
A fenilalanina não é mais do que uma alanina com um grupo fenilo, ou seja, com
um anel benzénico. Como só apresenta carbonos e hidrogénios na sua cadeia
lateral, trata-se de uma cadeia apolar.
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A tirosina e o triptofano apresentam uma característica
importante, que é o facto de absorverem radiação ultravioleta. Devido a isto,
as proteínas que possuem estes aminoácidos (quase todas!) apresentam absorção de
radiação UV. Na realidade a fenilalanina também absorve radiação UV, mas em
muito menor quantidade que os restantes aminoácidos aromáticos, pois as
modificações químicas que apresentam (grupo hidroxilo no caso da tirosina, e
incorporação no grupo indol no caso do triptofano) aumentam significativamente a
capacidade absortiva de radiação UV do benzeno.
Obrigada pela sua explicação, simples e explícita! Ajudou muito!
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