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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Glucagon

O Glucagon (ou glicagina) deriva de gluco (glucose) e agon (agonista). Trata-se de um polipeptídeo de cadeia única com 29 aminoácidos, produzido nas células-α das ilhotas de Langerhans, localizadas na porção endócrina do pâncreas. Esta proteína é importante no metabolismo dos hidratos de carbono. A sua função é aumentar a glicemia, agindo como antagonista da insulina. Aquando de uma situação de hipoglicemia, o glucagon é libertado na corrente sanguínea dirigindo-se ao fígado, onde se irá ligar a recetores específicos nos hepatócitos (que armazenam glicogénio), estimulando-os a produzir e posteriormente a libertar glicose. Este mecanismo é chamado de glicogenólise. Após as reservas de glicogénio cessarem, o fígado passa a sintetizar glicose através da gluconeogénese.Assim, em condições normais, a ingestão de glicose inibe a secreção de glucagon. Já em jejum, há diminuição do glicogénio hepático, diminuição da glicólise no fígado, aumento da gluconeogénese, estimulação da oxidação dos ácidos gordos nos adipócitos e aumento dos níveis séricos desta proteína. Uma importante função do glucagon é manter a concentração de glicose alta o suficiente para o funcionamento normal dos neurónios, impedindo convulsões ou coma hipoglicémico em situações normais de jejum, como no sono noturno.
A secreção do glucacon é controlada fisiologicamente pelo organismo não só pela hipoglicema como também aquando de níveis baixos de ácidos gordos, hiperaminoacidemia, estímulo vagal e estímulos do sistema adrenal, tais como o stresse ou exercício físico. O aumento de glucagon no sangue vai ativar a lipase das células adiposas, inibe o armazenamento de triglicerídeos no fígado, inibe a reabsorção de sódio pelos rins, aumenta sensivelmente o débito cardíaco, aumenta a secreção da bile e inibe a secreção de ácido gástrico.
Em caso de patologia, níveis demasiado elevados de glucagon no sangue podem estar relacionados com glucagonoma, uma neoplásia rara das células-α do pâncreas, havendo um aumento dos níveis de glicose e lípidos, diminuição dos níveis de aminoácidos, anemia, diarréia e perda de peso. Observa-se também o aparecimento de eritema migratório necrolítico, caracterizado pela presença de bolhas eritematosas no inferior do abdómen, nádegas, períneo e virilha. A diabetes mellitus frequentemente decorre do desequilíbrio entre as hormonas insulina e glucagon presente nesta neoplasia.
O glucagon pode ser usado em emergências no consultório de Medicina Dentária, tal como no estado de hipoglicemia severa, frequente num diabético não controlado, administrado via intramuscular, provocando o aumento rápido dos níveis de glicose no sangue.

Texto escrito por:
- Catarina Capelo
- Dina Nair
- Marta Santos
- Samyra Matni

3 comentários:

  1. Quais duas enzimas são inibidas por glucagon?

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    1. PFK-2 E PFK-1
      O glucagon , através do AMPc fosforila a um resíduo de serina do PFK-2, diminuindo sua atividade. Com isso a produção de Frutose 2,6-bifosfato fica comprometida, já que sua produção depende da catalização da PFK-2. Sabe-se que a Frutose 2,6-bifosfato é modulador alostérico positivo da PFK-1. Como a produção de Frutose 2,6-bifosfato está baixa, então a PFK-1 é inibida também.

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    2. A resposta do Lucas está correta. No entanto, além dessas enzimas há outras que são inibidas pelo glucagon, como por exemplo a glicogénio sintase, a HMG-CoA redutase ou a acetil-CoA carboxilase.

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