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sábado, 23 de julho de 2011

Poema sobre bioquímica (3)

Poema “Lágrima de preta” de António Gedeão
 
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar. 
 
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
 
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente. 
 
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
 
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume: 
 
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.  

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