Este blogue tem como objectivo divulgar conceitos, informações, músicas, vídeos, jogos, cartoons, curiosidades, sobre temas relacionados com a bioquímica. Porque a Bioquímica não tem que ser incompreensível...
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sexta-feira, 22 de setembro de 2017
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
Celulose
A celulose é um homopolissacarídeo constituído por resíduos de D-glucose ligados por ligações glicosídicas β(1 4) (que se encontram evidenciadas na figura) com configuração linear. A celulose é então composta por unidades repetidas de monómeros de glucose. As suas ligações e a estrutura estabilizada por ligações de hidrogénio intermoleculares e intramoleculares permitem que as unidades de glucose se disponham lado a lado formando fibras com elevada resistência mecânica, conferindo à celulose a sua elevada força de tensão. É o principal componente estrutural da parede celular das plantas, cerca de 33% da massa das plantas é celulose. Embora a celulose seja normalmente associada só a plantas, existem também bactérias capazes de produzir celulose. A maioria dos animais não consegue digerir a celulose, já que não possui nenhuma enzima capaz de clivar as ligações β(1 4). A celulase refere-se a um grupo de enzimas que atua sobre celulose, decompondo-a. A celulase converte a celulose, que é um polissacárido complexo, em açúcares simples como a glucose. As celulases são produzidas por diversos organismos desde bactérias, fungos até às próprias plantas. Os seres humanos não produzem celulase e por esta razão, a celulose passa pelo sistema digestivo sem ser digerida nem absorvida, no entanto existem animais como vacas e térmitas que possuem no seu trato digestivo bactérias simbiontes capazes de digerir celulose.
Obtenção e aplicações
Industrialmente, a celulose é extraída da madeira de árvores como o pinho e o abeto ou de plantas herbáceas com grande quantidade de celulose no talo, como a cana-de-açúcar, diversas gramíneas e juncos. O algodão puro é formado em 99,8% de celulose. Para se obter a celulose, a matéria-prima deve ser limpa e descascada e depois submetida a trituração mecânica. O material triturado é tratado com barrela quente, ou com bissulfito de cálcio ou sulfato de sódio, para dissolver a lignina - substância que une as fibras da celulose. Posteriormente, o produto é lavado, depurado e embranquecido. Utiliza-se a celulose na indústria de papel e na extração de fibras artificiais como a seda artificial. O rayon é uma fibra manufaturada a partir da celulose. O processo industrial de síntese de rayon normalmente utilizado é o método de viscose e é um processo algo complexo. As fibras de rayon apresentam características interessantes: são altamente absorventes, fáceis de tingir, macias e confortáveis. A partir da celulose fabricam-se também vernizes, explosivos e o celulóide que serve de suporte a filmes fotográficos e cinematográficos.
Texto escrito por:
Alberto Palhau
António Silva
Maria Prieto
Laura Mendes
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Obtenção e aplicações
Industrialmente, a celulose é extraída da madeira de árvores como o pinho e o abeto ou de plantas herbáceas com grande quantidade de celulose no talo, como a cana-de-açúcar, diversas gramíneas e juncos. O algodão puro é formado em 99,8% de celulose. Para se obter a celulose, a matéria-prima deve ser limpa e descascada e depois submetida a trituração mecânica. O material triturado é tratado com barrela quente, ou com bissulfito de cálcio ou sulfato de sódio, para dissolver a lignina - substância que une as fibras da celulose. Posteriormente, o produto é lavado, depurado e embranquecido. Utiliza-se a celulose na indústria de papel e na extração de fibras artificiais como a seda artificial. O rayon é uma fibra manufaturada a partir da celulose. O processo industrial de síntese de rayon normalmente utilizado é o método de viscose e é um processo algo complexo. As fibras de rayon apresentam características interessantes: são altamente absorventes, fáceis de tingir, macias e confortáveis. A partir da celulose fabricam-se também vernizes, explosivos e o celulóide que serve de suporte a filmes fotográficos e cinematográficos.
Texto escrito por:
Alberto Palhau
António Silva
Maria Prieto
Laura Mendes
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sábado, 9 de setembro de 2017
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Açúcar redutor
Todos os monossacarídeos apresentam na sua composição um
grupo carbonilo, sendo que, se forem oligossacarídeos ou polissacarídeos,
apresentam um número de grupos carbonilo igual ao número de monossacarídeos que
possuem na sua composição. Além do grupo carbonilo, todos eles apresentam
também grupos hidroxilo, mas é sobre os grupos carbonilo que eu vou falar hoje.
Conforme referi anteriormente (neste post), os monossacarídeos têm tendência a
ciclizar, quando colocados em solução. Quando ocorre o processo de ciclização,
o grupo carbonilo deixa de existir, pois o carbono desse grupo funcional
transforma-se no carbono anomérico, que é um carbono quiral, ou seja, apresenta
quatro ligações covalentes simples. No entanto, como a ciclização é um processo
reversível, os monossacarídeos quando estão na forma cíclica encontram-se em
equilíbrio com a sua forma aberta, ou seja, encontram-se em equilíbrio com a
forma que possui o grupo carbonilo. Mas então o que é que esse grupo carbonilo
tem de especial? Basicamente ele confere propriedades redutoras ao
monossacarídeo. Portanto, um açúcar redutor é um açúcar que apresenta pelo
menos um grupo carbonilo e, por isso, consegue reduzir iões Cu2+ (ou Fe3+ ou
Ag+) em solução alcalina.
Se isso acontecer, o grupo carbonilo é oxidado a um
grupo carboxílico, e forma-se um precipitado de CuO. Esta reação é muito utilizada
do ponto de vista laboratorial para detetar a presença de monossacarídeos ou
dissacarídeos em solução, através do teste do licor de Fehling, ou do teste de
Benedict, por exemplo. Portanto, para um açúcar ser redutor, tem que estar na
forma aberta.
Uma vez que todos os monossacarídeos se encontram em
equilíbrio com a sua forma aberta, podemos então afirmar que todos eles são
redutores. Quando se fala em oligossacarídeos ou polissacarídeos, já não é
possível fazer generalizações. E o motivo é muito simples… pelo menos alguns
dos carbonos anoméricos dos monossacarídeos constituintes passam a estar
envolvidos em ligações glicosídicas. Se isso acontecer, os monossacarídeos que
possuem esses carbonos anoméricos deixam de estar em equilíbrio com a sua forma
aberta e, por isso, perdem as suas propriedades redutoras. Dito de uma forma
mais simples, de uma maneira geral, todos os hidratos de carbono que apresentam
carbonos anoméricos livres, ou seja, não envolvidos em ligações glicosídicas,
têm propriedades redutoras. Por isso é que se diz que todos os monossacarídeos
são açúcares redutores, pois não possuem ligações glicosídicas! Quando se fala
em oligossacarídeos grandes, ou em polissacarídeos, é frequente substituir-se a
expressão “açúcar redutor” por “extremidade redutora”.
De todos os hidratos de carbono mais comuns, apenas um deles
é não redutor: a sacarose. Esse dissacarídeo apresenta uma única ligação
glicosídica, entre uma glucose e uma frutose. No entanto, esta ligação
glicosídica envolve os carbonos anoméricos de ambos os monossacarídeos, ou
seja, a frutose não tem nenhum carbono anomérico livre, e, por isso, perde as
suas propriedades redutoras.
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