Este blogue tem como objectivo divulgar conceitos, informações, músicas, vídeos, jogos, cartoons, curiosidades, sobre temas relacionados com a bioquímica. Porque a Bioquímica não tem que ser incompreensível...
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segunda-feira, 30 de março de 2015
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sexta-feira, 6 de março de 2015
terça-feira, 3 de março de 2015
Respiração celular - Teoria quimiosmótica
A teoria quimiosmótica, postulada em 1961 por Peter Mitchel permite
explicar de que forma o transporte de eletrões ao longo da cadeia respiratória
mitocondrial está relacionado com a síntese de ATP. Na realidade, à medida que
os eletrões vão atravessando os complexos da cadeia respiratória, eles vão
estar como que a descer uma “escadaria energética”, passando sempre
gradualmente para um nível energético inferior. Por outras palavras, vão sendo libertadas
pequenas quantidades de energia, que individualmente não têm grande utilidade
para a célula. No entanto, parte dessa energia é utilizada para bombear protões
para o espaço intermembranar, ou seja, parte da energia libertada é conservada
sob a forma de um gradiente de H+. Este gradiente permite a acumulação de uma
grande quantidade de energia, pois trata-se de um gradiente eletroquímico. É um
gradiente químico, pois estamos a falar de uma assimetria de concentrações de
H+ entre os dois lados da membrana interna. Mas é simultaneamente um gradiente
elétrico, pois gera-se uma assimetria de cargas. O H+ é bombeado para o espaço
intermembranar sem o envio de nenhum contra-ião, ou seja, vão-se acumular
cargas positivas no espaço intermembranar, quando comparado com a matriz que se
torna mais negativa. A esta altura muitos devem estar a perguntar “Mas qual é a
utilidade desse processo? Para que é que a célula precisa de um gradiente de
H+?” A teoria quimiosmótica explica exatamente isso!
Além dos complexos da cadeia respiratória mitocondrial,
existe também uma enzima membranar (localizada na membrana interna), designada
por ATP sintase mitocondrial (mais informações sobre esta enzima aqui). Além da
subunidade catalítica, esta enzima possui uma subunidade que funciona como um
poro transmembranar para a passagem de protões. Portanto a ideia é simples… os
protões que se vão acumulando no espaço intermembranar, vão atravessar a
membrana interna através desse poro, e como esse transporte ocorre a favor do
gradiente eletroquímico, ocorre libertação de energia. Essa energia é utilizada
pela ATP sintase mitocondrial para produzir ATP.