Este blogue tem como objectivo divulgar conceitos, informações, músicas, vídeos, jogos, cartoons, curiosidades, sobre temas relacionados com a bioquímica. Porque a Bioquímica não tem que ser incompreensível...
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sábado, 29 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
sábado, 22 de março de 2014
Lipoproteínas (considerações gerais)
Apesar da elevada heterogeneidade dos lípidos, quer ao nível
das diferentes classes que existem (ácidos gordos, triglicéridos, colesterol, ésteres
de colesterol e fosfolípidos), quer dentro de cada uma dessas classes, há uma
característica comum a todos eles - a sua elevada insolubilidade em água. Na
realidade, apesar de alguns dos lípidos terem um comportamento anfipático
(fosfolípidos e colesterol), são predominantemente apolares. Uma vez que no
nosso organismo é necessário transportar lípidos de um órgão para outro, e o
solvente de todos os nossos fluídos, incluindo o plasma, é a água, temos um
problema potencial… Se os lípidos circulassem na sua forma livre na corrente
sanguínea, iam ter a tendência para se aglomerar em gotas lipídicas (tal como
acontece quando deixamos cair gotas de azeite num copo com água), que iriam, em
última instância, causar a oclusão dos vasos sanguíneos.
É exatamente para evitar esta situação que existem as
lipoproteínas plasmáticas. Como o próprio nome indica, as lipoproteínas são
complexos macromoleculares compostos por lípidos e proteínas e têm a função de
transportar os lípidos (a única exceção são os ácidos gordos!) na corrente
sanguínea mantendo-os num estado parcialmente solúvel. Basicamente a ideia é
que se tratam de estruturas esféricas, com um interior extremamente hidrofóbico
(composto maioritariamente pelos lípidos mais apolares – triglicéridos e
fosfolípidos), e uma superfície polar, de forma a permitir interações com a
água. Sendo assim, à superfície encontram-se os grupos polares dos fosfolípidos
e do colesterol. Desta forma, ao apresentarem a capacidade de interatuar com a
água, as lipoproteínas consegue ficar num estado parcialmente solúvel,
impedindo que os lípidos formem gotas hidrofóbicas para se escudarem do contacto
com a mesma.
Existem várias classes de lipoproteínas, que são agrupadas
de acordo com a sua densidade. Sendo assim, por ordem crescente de densidade
temos as quilomícrons, VLDL, IDL (não é verdadeiramente uma classe de
lipoproteínas), LDL e HDL. Uma vez que os lípidos são menos densos do que aágua, quanto maior for o teor em lípidos de uma lipoproteína, menos será a suadensidade. Quanto ao tamanho das diferentes classes de lipoproteínas, este
varia na razão inversa da densidade, ou seja, as lipoproteínas mais densas são,
simultaneamente, as mais pequenas.
Quanto à parte proteica das lipoproteínas, é composta pelas
chamadas apolipoproteínas, ou apoproteínas. Na bioquímica, o prefixo “apo”
significa “incompleto”, ou “sozinho”. Portanto, o conceito de apoproteína
aplica-se à parte proteica das lipoproteínas, na ausência de lípidos. O nome
das apoproteínas é dado da seguinte forma: prefixo “apo”, letra maiúscula e,
nalguns casos, um número, que pode refletir a ordem da descoberta ou a massa
molecular. Como exemplos temos a apoE, ou a apoB-100. As apoproteínas
desempenham várias funções importantes nas lipoproteínas que serão abordadas
num post futuro…
terça-feira, 18 de março de 2014
segunda-feira, 17 de março de 2014
quarta-feira, 12 de março de 2014
domingo, 9 de março de 2014
quarta-feira, 5 de março de 2014
Ligação de hidrogénio
A ligação de hidrogénio é também chamada de ponte de
hidrogénio e, como o próprio nome indica, envolve um átomo de hidrogénio. Na
realidade trata-se de um caso particular de interação dipolo-dipolo (entre
moléculas polares) que envolve um átomo de hidrogénio, e que requer condições
específicas para se estabelecer.
Há dois requisitos que se têm que verificar para que se
estabeleça uma ligação de hidrogénio. Por isso, nem todas as moléculas polares
que possuem hidrogénio apresentam a capacidade de estabelecer este tipo de
interação… o primeiro requisito que deve ser cumprido é a existência de um
átomo muito eletronegativo numa das moléculas. Quando digo “muito
eletronegativo” estou-me a referir a um dos 3 átomos mais eletronegativos –
oxigénio, azoto ou flúor. Este átomo vai funcionar como “aceitador” de
hidrogénio, pois derivado do facto de ser muito eletronegativo, vai ter uma
densidade eletrónica muito elevada sobre ele e, consequentemente, vai
apresentar carga parcial negativa. O segundo requisito que se tem que verificar
é a existência de um átomo de hidrogénio covalentemente ligado a um átomo muito
eletronegativo. Neste caso, este último funcionará como “dador” de hidrogénio,
sendo que o hidrogénio vai apresentar carga parcial positiva porque está ligado
a um átomo muito eletronegativo.
Portanto, o que ocorre é uma atração eletrostática entre as
cargas parciais opostas, estabelecendo-se a ponte de hidrogénio. Na bioquímica, as ligações de hidrogénio, tal como as restantes forças não covalentes, são muito importantes. O exemplo mais conhecido diz respeito à interação entre bases azotadas complementares
E já agora… apesar de já ter escrito isto noutro post, não
resisto a contar outra vez: ;)
Sabem como é que um eletrão se suicida?
Atira-se da ponte de hidrogénio!