Este blogue tem como objectivo divulgar conceitos, informações, músicas, vídeos, jogos, cartoons, curiosidades, sobre temas relacionados com a bioquímica. Porque a Bioquímica não tem que ser incompreensível...
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sábado, 28 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
Ciclo de Krebs (enzimas) - parte 1
O ciclo de Krebs é uma via metabólica composta por 8 reações
bioquímicas, cada uma catalisada por uma enzima diferente. Aqui ficam algumas
informações sobre as primeiras quatro enzimas do ciclo de Krebs…
Citrato sintase
A citrato sintase é uma enzima amplamente utilizada como um biomarcador
enzimático da presença de mitocôndrias intactas, seja em culturas celulares ou
em preparações organelares. Apesar de ser uma enzima mitocondrial, é codificada
pelo DNA nuclear e sintetizada no citosol.
Esta enzima é a primeira enzima regulatória do ciclo de
Krebs. Utiliza dois substratos diferentes, o oxaloacetato e a acetil-CoA. O oxaloacetato
liga-se primeiramente à enzima, o que induz alterações conformacionais que
criam o local de ligação para a acetil-CoA.
Do ponto de vista estrutural, é
composta por 437 resíduos de aminoácidos e apresenta duas subunidades, cada uma
com cerca de 20 hélices alfa. O centro ativo apresenta 3 resíduos de
aminoácidos indispensáveis para a função catalítica da enzima, pois estabelecem
interações específicas com os substratos – His274, His320 e Asp-375.
O seu mecanismo de ação envolve uma condensação aldólica. Para
uma visão em vídeo do mecanismo de ação da citrato sintase, clique aqui.
Aconitase
A aconitase é uma enzima que apresenta um centro de
ferro-enxofre funcional [Fe4S4]2+, que
interatua com 3 resíduos de cisteína da enzima. É particularmente sensível ao
stress oxidativo e, em especial, ao anião superóxido, devido ao centro de
ferro-enxofre.
Apresenta dois homólogos no nosso organismo, nomeadamente, a iron-responsive element-binding protein
(IRE-BP) e a 2-isopropilmalato desidratase (ou alfa-isopropilmalato isomerase).
Do ponto de vista estrutural, a aconitase apresenta duas
conformações, uma para o estado inativo e outra para o estado ativo. Na forma inativa,
possui quatro domínios, sendo que os primeiros três estabelecem interações com
o centro de ferro-enxofre, enquanto o último possui o centro ativo. Quando se
torna ativa, a enzima sofre alterações no centro de ferro enxofre (passa de Fe3S4
para Fe4S4), sendo esta a principal diferença entre as duas
conformações da enzima.
O seu mecanismo de ação recorre a um mecanismo de desidratação-hidratação,
através do intermediário cis-aconitato.
O seu centro ativo
possui dois resíduos de aminoácidos particularmente importantes para a
atividade catalítica – His101 e Ser642.
A importância desta enzima do ponto de vista fisiológico é
suportada pela existência de várias doenças que a afetam. Uma delas é designada
por deficiência em aconitase. É provocada por uma mutação no gene que codifica uma
proteína responsável pela montagem do centro de ferro-enxofre. Esta doença
causa miopatia e intolerância ao exercício, pois o catabolismo aeróbico destes
indivíduos está comprometido. Outra doença é a ataxia de Friedreich (FRDA),
caraterizada por uma menor atividade da aconitase e de outra enzima do ciclo de
Krebs. A sucinato desidrogenase. Além destas, há estudos que apontam para uma
possível relação entre a aconitase e a diabetes. Contudo, trata-se ainda de uma
hipótese que tem que ser melhor caracterizada.
Isocitrato
desidrogenase
A isocitrato desidrogenase é a segunda enzima regulatória do
ciclo de Krebs. Há três isoformas diferentes da isocitrato desidrogenase. Uma
existe apenas na matriz mitocondrial e utiliza o NAD+ como aceitador
de eletrões. As outras isoformas utilizam o NADP+ como aceitador de
eletrões e aparentam ter como principal função a formação de NADPH, essencial
para as reações anabólicas redutoras. Estas formas estão presentes na matriz mitocondrial,
no citosol e no peroxissoma.
As formas que utilizam NADP+ como cofator possuem
uma estrutura homodimérica, enquanto as que utilizam NAD+ é um
heterotetrâmero.
A reação catalisada pela isocitrato desidrogenase envolve a
formação de um intermediário, o oxalossuccinato.
Do ponto de vista clínico, foram encontradas algumas
mutações na isocitrato desidrogenase em alguns tumores cerebrais, nomeadamente,
astrocitoma, oligodendroglioma e glioblastoma multiforme. Também há alguns
estudos que apontam para uma possível relação entre mutações na enzima e a
leucemia mieloide aguda.
Alfa-cetoglutarato
desidrogenase
Este é o terceiro (e último!) ponto de regulação do ciclo de
Krebs.
Esta enzima, que também pode ser designada por oxoglutarato
desidrogenase, é, na realidade um complexo multienzimático. É formado pelas
seguintes enzimas: alfa-cetoglutarato desidrogenase, dihidrolipoil
succiniltransferase e dihidrolipoil desidrogenase. Apresenta uma composição e
um mecanismo de reação muito semelhante ao complexo piruvato desidrogenase. Devido
a isso, pensa-se que possivelmente ambos os complexos tiveram uma origem comum
e a certa altura do percurso evolutivo sofreram evolução divergente.
Clinicamente, este complexo enzimático funciona como um
autoantigénio na cirrose biliar primária, uma forma aguda de falha hepática. Além
disso, a sua atividade catalítica também se encontra diminuída em várias
doenças neurodegenerativas.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Música sobre o ATP
Quem diria que a música Yellow Submarine, dos Beatles, podia ser transformada numa canção sobre o ATP? O Dr. Ahern (www.davincipress.com/ metabmelodies.html), claro!
Clica aqui para fazer download da música
We All Need Just a Little ATP
Instructor sings
In the cells, inside of us, there's a sugar on adenine
Which is linked, to phosphate groups, and you know it as ATP
Everyone Sings:
If we build up a lot of ATP, we've too much energy, metabolically
If we build up a lot of ATP, we've too much energy, metabolically
Instructor sings
And the cellular decree, calls for storing up the energy
So we save, it chemically, building acids onto ACP
Everyone Sings:
Making fat stores a lot of energy, creates NADP, and uses ATP
Making fat stores a lot of energy, creates NADP, and uses ATP
Instructor sings
When we need, some energy, we burn fats in fancy cell machines
Acids all, get shuttled in, on the backs of little carnitines
Everyone Sings:
We break acids every hour today, in mitochnodri-ay, to acetyl-CoA
We break acids every hour today, in mitochnodri-ay, to acetyl-CoA
Instructor sings
One more thing, about this tune, should be remembered by, all of you
Burning fat, converts a few, FADs to FADH2s
Everyone Sings:
NADH is a product too, that you can surely use, when NAD's reduced
NADH is a product too, that you can surely use, when NAD's reduced