quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Desoxirribose

A desoxirribose é o açúcar constituinte dos ácidos nucleicos (DNA). Esta pentose, apresentando, portanto, cinco carbonos, é um elemento fundamental na estrutura dos nucleótidos e, consequentemente, crucial para a formação da mais ínfima unidade estrutural que constitui os seres vivos, de um ponto de vista genético.

Composição
Como já referido, a desoxirribose é formada por cinco carbonos em estrutura cíclica, tendo como fórmula química C5H10O4, diferindo da ribose pela falta de um átomo de oxigénio no carbono 2’ (que se sabe conferir ao DNA uma grande estabilidade termodinâmica, importante para a preservação da integridade dos cromossomas a todos os níveis da estrutura sendo, assim, o DNA quimicamente muito mais estável do que o RNA), justificando assim o prefixo “desoxi-“, no entanto, ambas as pentoses se encontram na forma de β-furanose e entre os carbonos, as ligações são covalentes simples.

Integração da desoxirribose na molécula de DNA e na cadeia polinucleotídica
A molécula de DNA tem como constituintes, um grupo fosfato, a base azotada e uma pentose. O grupo fosfato liga-se à desoxirribose através da sua esterificação com o carbono 5’. As bases azotadas, que se dividem em purinas (adeninas e guaninas) e pirimidinas (timinas e citosinas), ligam-se à pentose através da formação de uma ligação N-glicosídica entre o N-1, no caso das pirimidinas, e o N-9, no caso das purinas. Em ambos os casos ligam-se ao C-1’ da pentose, levando à formação de uma molécula de água. A ligação dos nucleótidos entre si envolve também a desoxirribose, ocorrendo assim a formação de uma ligação fosfodiéster entre o grupo 5’- hidroxilo de um nucleótido e o grupo 3’-hidroxilo do seguinte. Este processo repete-se formando a cadeia polinucleotídica.
Função da desoxirribose no DNA
A desoxirribose é um elemento que, no DNA, não contribui para a informação genética que este contém, no entanto, é absolutamente indispensável para a sua estabilidade e funcionalidade uma vez que é este açúcar que confere a estrutura e serve como molde e esqueleto do DNA, garantindo assim a sua integridade estrutural durante os vários processos celulares.

Trabalho realizado por:
Gonçalo Ribeiro
Isabel Bettencourt
Leonardo Mendes
Luís Lima 

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sábado, 1 de setembro de 2018

Hidratos de carbono – polissacarídeos

Os polissacarídeos são hidratos de carbono compostos por mais do que 10 monossacarídeos. Ou seja, são hidratos de carbono grandes, muitas vezes com estruturas complexas. Todos os resíduos de monossacarídeo que entram na sua composição estão ligados por ligações glicosídicas (podes ler mais sobre este tipo de ligações aqui).

São normalmente pouco solúveis ou mesmo insolúveis, devido à sua estrutura altamente estabilizada por interações intramoleculares. Do ponto de vista de comportamento redutor, como são moléculas grandes, normalmente não se fala em açúcar redutor, mas sim em extremidade redutora. Sendo assim, a extremidade que tiver o carbono anomérico livre (não envolvido numa ligação glicosídica) é considerada a extremidade redutora e a extremidade (ou extremidades) que apresentarem o carbono anomérico terminal envolvido numa ligação glicosídica, é chamada de extremidade não redutora.
Do ponto de vista estrutural, os polissacarídeos podem ser lineares ou ramificados, sendo que essa característica é muito importante, como é óbvio, para a sua função. O tipo de ligação glicosídica também muito variável, podendo ser do tipo alfa ou beta, e envolver diferentes carbonos dos dois monossacarídeos envolvidos. Além disso, podem ser classificados como homopolissacarídeos ou heteropolissacarídeos. Os primeiros são formados por um único tipo de monossacarídeo, enquanto os segundos apresentam pelo menos dois tipos de monossacarídeos diferentes na sua composição.
Do ponto de vista de função, há a destacar dois grandes grupos: os polissacarídeos de reserva, dos quais fazem parte o amido (vegetal) e o glicogénio (animal), por exemplo; e os polissacarídeos estruturais, que incluem a celulose (parede celular das células vegetais), peptidoglicano (parede celular das bactérias) ou glicosaminoglicanos, por exemplo.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Cortisol

O cortisol é uma hormona esteroide (lípido)  pertencente ao grupo dos glicocorticóides naturais. É produzida no córtex das glândulas suprarrenais e é lançada e transportada na corrente sanguínea com o auxílio de proteínas transportadoras como as transcortinas e as albuminas. Esta hormona possui inúmeras funções no nosso organismo e a sua forma sintética, a hidrocortisona, é comumente utilizada na farmacologia como anti-inflamatório no combate às alergias, artrite reumatóide e em alguns tipos de cancro. Esta hormona permite estabilização/manutenção da pressão sanguínea, contribui para a função imunológica e para os processos anti-inflamatórios do corpo. 

A quantidade de cortisol libertado pelas glândulas supra-renais é regulada pela hipófise, através de um mecanismo de feedback negativo. Para além de todas estas funções, o cortisol regula os níveis de stress do corpo humano e regula o nosso metabolismo.
Para além do cortisol presente no sangue, existe uma pequena porção desta hormona livre no citoplasma que contribui para influenciar a fisiologia celular, isto é, devido à sua natureza hidrofóbica, o cortisol livre atravessa passivamente para o interior da membrana plasmática das células e é captado por recetores intracelulares, formando um complexo recetor-cortisol que lhe possibilita duas vias distintas. O complexo recetor-cortisol pode, posteriormente, entrar no núcleo celular e aí ligar-se a regiões promotoras específicas, determinando uma expressão genética. Este mecanismo é chamado de ativação génica indireta, uma vez que o cortisol é hidrossolúvel e o seu recetor é uma proteína  transmembranar, o que leva à necessidade de um intermediário celular que irá atuar no DNA. O complexo recetor-cortisol poderá também desativar certas proteínas que ativam a transcrição, sendo esta a via da transrepressão.
Os níveis de cortisol no sangue variam durante o dia porque estão relacionados com a atividade diária e com os níveis de serotonina, a qual é responsável pela sensação de prazer e de bem-estar e pelos níveis de stress. Assim, os níveis de cortisol basal no sangue, geralmente, são maiores ao acordar, e vão diminuindo ao longo do dia, sendo que, em pessoas que trabalham à noite os níveis invertem-se. O cortisol alto no sangue pode originar sintomas como perda de massa muscular, aumento de peso, diminuição de testosterona ou ser indicativo de problemas como a Síndrome de Cushing. Já o cortisol baixo pode originar sintomas de depressão, cansaço, fraqueza ou ser também indicativo de doenças como a Doença de Addison.

Trabalho realizado por:
Ana Luísa Espírito Santo
Bárbara Martins
Margarida Pacheco
Maria Carolina Mota
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